No Programa de Fortalecimento Institucional do Instituto Unibanco entre 2021-2023, a equipe da Avec participou de discussões e rodas de conversa sobre temas como equidade racial, diversidade, democracia e educação inclusiva.
A partir daí, a Avec passou a dar maior atenção para questões sociais que acompanham os estudantes atendidos; implantou o setor de Serviço Social e ações voltadas para a questão étnico-racial foram planejadas e realizadas.
No dia 16 de setembro foi realizado um encontro diferenciado com o grupo de meninas participantes do projeto Garotas Applicadas, para que o tema das relações étnico-raciais fosse abordado de forma criativa e estratégias de conscientização e formação sobre situações de desigualdade e preconceito fossem trabalhados, no intuito de serem internalizados por elas e replicados nos seus espaços de convivência.
Nesta 6ª edição do projeto Garotas Applicadas, 83,8% das participantes se autodeclaram pretas e pardas. Além disso, a Avec tem um compromisso social, comunitário e com os apoiadores de trabalhar as relações étnico-raciais no Brasil durante todo o ano e não somente em novembro, estipulado como o mês da consciência negra.
No encontro, a proposta foi promover atividades diversas que pudessem provocar a reflexão, exaltassem a identidade negra e, principalmente, apontassem caminhos para o combate ao racismo.
A oficina de confecção de bonecas Abayomi foi ministrada pela pedagoga Marcela Alexandre, que expôs às meninas a sua história de vida e a importância desse artesanato como símbolo afro referenciado, utilizado por muitas mulheres pretas e mães como um instrumento de conscientização e socialização. A oficina foi um sucesso e todas e todos que estiveram presentes se engajaram na atividade e conheceram todos os seus significados.
A participação do Grupo de Capoeira Ginga Mestre Alexandre foi outro momento para exaltação e valorização da cultura afro-brasileira. Com a participação de 20 capoeiristas, as meninas puderam assistir a uma apresentação, ouviram sobre a história da capoeira no Brasil, além de terem tido a oportunidade de aprender alguns movimentos dessa luta-dança. Para Sara Evelin, participante do Garotas Applicadas, a experiência com o grupo ampliou seu conhecimento sobre a capoeira, “Eu aprendi que ela é uma dança que expressa a cultura e a luta de resistência, porque os escravos usavam essa dança como forma de defesa à violência praticada pelos senhores”. Com os instrumentos típicos da capoeira, como berimbaus e pandeiros, a participação do grupo Ginga encheu a manhã de sábado de música, cantos e movimentos que contagiaram todos os presentes.
Para finalizar o evento, as meninas tiveram o último encontro do ano sobre Desenvolvimento Pessoal com o psicólogo Lucas Santos, que trabalhou com elas o tema do racismo estrutural, suas formas de manifestação e como reconhecê-lo e combatê-lo na nossa sociedade. O objetivo foi proporcionar um espaço de reflexão para falar sobre o racismo, trazendo definições conceituais mas, principalmente, oferecendo um espaço de escuta segura para que as meninas pudessem falar de suas próprias experiências e percepções sobre o tema. Para a psicóloga e psicanalista Cristina Mazoni, que esteve presente no encontro e acompanhou o grupo em outros momentos do desenvolvimento pessoal, a oportunidade de trabalhar o tema do racismo estrutural foi muito valiosa porque as meninas participaram ativamente das discussões. “Como elas são garotas adolescentes, elas precisam de ter voz. E foi isso que nós conseguimos nesse encontro, que elas tivessem um espaço em que elas pudessem trazer perguntas, tirar dúvidas, falar sem medo, falar de tudo que elas conhecem sobre racismo e também como se posicionar perante as pessoas, para que possamos desenvolver um projeto ou uma posição anti-racista onde nós vivemos”.
A realização do encontro sobre as relações étnico-raciais reforça o compromisso da Avec em oferecer oportunidades que valorizem a diversidade e a inclusão, temas que são compartilhados por toda a organização como essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
A Avec obteve aprovação em edital que incentiva o oferecimento de atividades de ciências a um público mais diverso.
Atualmente está em busca de aumentar a diversidade da equipe de colaboradores e voluntários porque entende que a construção social se faz com a colaboração de todos.