Conheça mais sobre essa importante data para a luta anti racista e feminista 

Hoje, dia 25/7, é celebrado o  Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha. A data foi criada durante o  1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, realizado em 1992, na República Dominicana. O evento tinha como objetivo trazer luz para as mulheres negras, o racismo e a luta do grupo contra as opressões de gênero. 

Nesta mesma data, no Brasil, celebramos como símbolo da nossa luta, o dia de Tereza de Benguela. Tereza foi uma líder quilombola, parte da resistência à escravidção durante o século XVIII, ela é lembrada por suas habilidades de liderança e pensamento estratégico. Tereza comandou por décadas um dos maiores quilombos do Brasil, o Quariterê. Nele eram cultivados milhos, feijão, banana, e até mesmo algodão que ajudavam na subsistência do grupo.  

Por que não conhecemos Tereza?

A data é um importante momento para refletirmos sobre a representatividade de mulheres negras no Brasil. A luta desse grupo contra as opressões, está baseada em dados, que  hoje apresentam taxas desproporcionais de atuação no mercado de trabalho e escolaridade quando comparamos a população de negros e brancos. 

De acordo com o IBGE, em 2019, 56% da população brasileira era constituída por negros e pardos, porém a taxa de analfabetismo de pessoas pretas ou pardas foi mais que o dobro da observada entre as pessoas brancas. Quando apresentamos os dados filtrados por gênero os números são ainda mais discrepantes. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, entre 1995 e 2015, a taxa de analfabetismo de mulheres acima de 15 anos foi quase duas vezes maior em mulheres negras do que para mulheres e homens brancos.

Ainda segundo o levantamento, em relação à participação no mercado de trabalho, os homens brancos são a população com a maior participação no mercado de trabalho formal, e as mulheres negras, por outro lado, estão na outra extremidade, sendo a parcela com menor participação. Além disso, mulheres negras ainda são maioria na ocupação de empregos domésticos, em comparação com mulheres brancas.

A partir desses dados, é que conseguimos destacar a importância histórica da luta das mulheres negras, latinas-americanas e caribenhas. Que valorizemos mais “Terezas”, e suas capacidades. 

Referências:

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao.htm . 

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Nacional por

Amostra de Domicílios, 2012-2019. Disponível em https://educa.ibge.gov.br/. Acesso em: 07

jan. 2021.